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Foto do escritorLuís Peazê

VIAGEM CONSCIENTE - Euronews destaca “viajar consciente”, e a tendência “caminhar nas cidades".


Rebecca Ann Hughes, da Euronews (janeiro 2023) destaca em artigo as cidades européias mais prazerosas para se caminhar e desfrutar “experiências” ao ar livre e nem tanto…


Ela começa assim: “Você é o tipo de viajante que gosta de passear pelas ruas nas férias? Explorar a pé significa vislumbrar as partes escondidas de uma cidade e ter uma experiência única, mesmo ao visitar os pontos turísticos famosos.” E toma Lisboa como exemplo.


Bem, seria impossível “caminhar” no centro de Portugal em apenas 300 palavras, mas a Rebecca até que tentou e deixou uma gostosa vontade de “quero ver”:

Suba as ladeiras de Lisboa para vistas sensacionais do pôr do sol, ruas apertadinhas, antigas, atmosferas em algumas delas que remetem ao passado remoto e intacto. Por exemplo, o bairro histórico de Alfama é um labirinto de ruas sinuosas ladeadas por casas e cafés em tons pastéis. Sim, e pastéis de verdade, por todo o lado. Em Portugal há uma pastelaria para cada três portugueses, estatística oficial investigadas pelo oPONTO NEWS.


No Miradouro de Santa Luzia ou no Miradouro das Portas do Sol, as pessoas juntam-se para assistir a espetaculares pores do sol sobre a cidade e o rio Tejo. Em dia claro pode-se ver além Tejo e ficar imaginando que foi lá um dos berços da língua de Camões.

À noite, passeie por ruas estreitas e ouça fado purinho emanando de alguns restaurantes. Aprecie.


Para passeios menos intensos, desça até a área da Baixa da cidade à beira-mar. Após um terremoto em 1755, este bairro foi completamente reconstruído com ruas largas e elegantes. As avenidas estão alinhadas com belos apartamentos de azulejos em um design neoclássico elegante conhecido como pombalino.


É mesmo impossível uma caminhada em todas as áreas convidativas de Lisboa em menos de 1000 palavras. Vá lá, pegue um elétrico, um tuc-tuc, uma trotinete; desça e caminhe mais um pouco, nos vários bairros da romântica Lisboa. Redescubra-a, é a melhor recomendação. A moda Eça de Queiroz, Pessoa ou outro guia turístico ao seu feitio.


Por falar em caminhar


A partir do século XII, o fluxo dos peregrinos para o norte da Península foi gradualmente estabelecendo ligações tanto espirituais quanto culturais e económicas, fortalecendo laços humanos que as fronteiras políticas nunca puderam quebrar. O exemplo de reis, nobres e altos clérigos contribuiu decisivamente para assentar uma grande devoção jacobeia, por exemplo. A célebre peregrinação de Dona Isabel de Portugal, a "Raíña Santa", no século XIV, que oferece diante do altar de Santiago a coroa, vindo a ser enterrada em Coimbra com um bordão de peregrina. Outro episódio mais do que simbólico: o rei português Manuel I peregrina de Lisboa a Santiago em 1502, e ordena como lembrança da sua estadia em Compostela que uma lâmpada ilumine o templo santiaguês dia e noite, para o qual atribuirá um rendimento anual.

Hoje em dia, cada vez mais aumenta o número de peregrinos atraídos por percorrer estas rotas, conhecer novos trilhos, superar sacrifícios e chegar à Galiza, inteiros de fé para se encontrarem com o túmulo do apóstolo de Jesus Cristo, São Tiago Maior, na Catedral de Santiago de Compostela.

O Caminho Central Português, que também é chamado o Caminho Principal, é o mais utilizado em Portugal. Começa na Sé de Lisboa e leva-o por colinas, planícies rurais, montanhas, por vezes junto ao rio ou por estradas de pouco tráfego.


Por dia é possível percorrer de 20 a 30 km, de alojamento a outro. Da beira do Tejo, de Lisboa a Alhandra, no Distrito de Vila Franca de Xira e no próprio Concelho, sede de oPONTO NEWS, dali até Azambuja e depois a Santarém. É comum grupos de caminhantes ao lado da estrada e ao longo do Tejo, a caminhar com mochilas às costas e bastões de apoio, ou reunidos para o providencial descanso.


Este percurso divide-se em dois, na verdade, os peregrinos de Fátima, que o identificam como “Caminho do Tejo”. É mesmo em Santarém que se separam, uns dirigem-se para Fátima, os outros, passando pela Golegã seguem para Tomar, a cidade dos Templários, seguindo o caminho medieval. Ali em Tomar recomenda-se ver as pegadas de Camões, que teria vivido em Constância, uma vila próxima.

E claro, caminhe calmamente pela natureza, aproveite para usufruir de momentos que propiciam a paz interior, aproveite para trocar experiências com gente de todo o mundo, nos momentos de convívio nos albergues de peregrinos.


Vais precisar da credencial do peregrino, o passaporte que o identifica e lhe dá acesso aos albergues, desconto nas pousadas de juventude do Caminho e lhe dá direito a pedir o documento de conclusão do caminho (a “Compostela”), caso efetue a peregrinação com sentido cristão ou espiritual.

Carimbe o seu passaporte desde a Sé de Lisboa. Pode obter informações junto às entidades reconhecidas pela Oficina do Peregrino, como a Associação de Peregrinos Via Lusitana ou a Associação Espaço Jacobeus.



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