O encontro com a realidade deveria ser o objetivo dos recursos virtuais. Dito de outra forma, a internet e a grande rede, Web (para os íntimos), deveriam existir para melhorar a vida das pessoas. A primeira pergunta deste articulista, que está acompanhando online o WebSummit é: porque os inovadores, ou "fans mútuos", se encontram pessoalmente, num gigantesco auditório escuro, para ouvir palestras de "criadores" que faturam bilhões de dólares com suas novidades virtuais?
A segunda pergunta e mais útil, talvez, é: o que deveria vir primeiro, o ovo ou a galinha?
A terceira e definitiva pergunta é, na verdade, um convite para discussão: a Dinamarca é o país com a Internet mais rápida do mundo e onde 99.0% da população está conectada, apesar de ser o país com o menor índice de horas por usuários online diariamente. O que isso representa, comparado com o Brasil, por exemplo, onde há mais "mobile devices" do que pessoas e uma das taxas mais altas de usuários online por dia. Lembremos que esses usuários consomem de tudo, não necessariamente de qualidade...
A última estatística de hora online per capita mundial, dita no WebSummit pela Senhora Raina Abdullah, da Jordánia, é de 7 horas diárias que cada pessoa consome online, com um incremento desde a última estatística de 4 minutos por dia. Esses 4 minutos representam um dia online a mais por ano, na vida de cada usuário. Copio o raciocínio óbvio da Sra. Raina quanto aos "criadores de inovação" terem a chance de criarem uma forma de devolver esses quatro minutos para cada pessoa em termos de ganho real; em qualidade de vida, saúde mental, por exemplo? Isto sim seria inovação, criatividade.
Uma pergunta que não quer calar, há séculos sem resposta e, infelizmente esquecida a tal ponto que não se houve mais, ninguém mais pergunta a si mesmo, a si mesma: porque há algo em vez de nada?
Já que online e no papel cabe tudo, antes de colocar um ponto com interrogação final, pergunto se não deveríamos aprender mais Filosofia e Psicologia do que assistir uma palestra da executiva Amrapali Gan, de um aplicativo de pornografia, muito excitada, reportando um bilhão em faturamento record em que seus "criadores" (clientes) ganham 80%, a sua empresa retem apenas 20%, e os "fans" com satisfação garantida? Ela sublinha, realça, destaca, "criadores" os atores pornográficos e, "fans" a audiência. Ali mesmo no WebSummit alguns do escuro levantaram a mão, após a jovem entrevistadora "brincar" perguntando se havia na plateia algum "fan".
Será que estou fora da realidade, isto é, produto pornográfico pode sim senhor/a coabitar o espaço com o Ministro da Economia e do Mar e qualquer outra coisa, como os 8 mais sofisticados aplicativos da Fé (para religiosos ferrenhos) difundidos pela revista Forbes?
Última questão: até que ponto a "fractalização negativa" criará tanto conflito de ideias e opiniões de toda e qualquer sorte entre as pessoas, a ponto de mesmo entre familiares não haver mais um consenso mínimo comum, sobre princípios morais e éticos? - Ou, pense comigo neste silogismo: se vale tudo ou qualquer coisa é válida - comportamento, gosto, opção; neste caso existe o nada em vez de algo, então não deve existir limite para nada, por exemplo?
DUAS NOTAS ESCLARECEDORAS: Fractalização positiva é a contextualização da notícia e informação, é compreender um todo na melhor das hipóteses, associando cultura e conhecimento de causas e efeitos com um dado naco da realidade; a fractalização negativa é pensar que se sabe tudo com apenas um meme, um gimmick, um take no tiquetoque, e brigar, matar por isso...
"Luis Peazê captura tudo que todos sonham, no sublime sentimento pelo "Mar", e a relação do homem com o mar. Mais importante ainda, em um barco que ele construiu para si mesmo do amor pela arte de construi-lo. Uma construção espiritual e uma travessia do início ao fim."Andy Garcia, ator e diretor (Los Angeles)
Publicado (2000) nas versões impressa e e-Book (com imagens), em Português e Inglês - best seller atemporal, uma história inspiradora... Depoimentos de milhares de leitores e notoriedades internacionais.
Um livro de aventura diferente. Um casal de brasileiros comuns, monta uma fábrica em três países e em quatro anos, vendem os negócios lucrativos para realizarem o sonho de construir um veleiro com as próprias mãos, sem experiência prévia. E aventura-se num dos mares mais perigosos do mundo, na costa leste da Austrália sem saber velejar e sem dinheiro. Mas Alvídia vai muito além de uma peripécia náutica, é uma história de amor, da exaltação de valores universais, uma lição de otimismo, uma viagem de algum modo necessária, que vale a pena se embarcar, um horizonte a mais.
Ilhas paradisíacas, ancoragens inenarráveis, velejadas ao pôr do sol, são o pano de fundo da realização de um sonho e, com muito humor, da história de uma aprendizagem fundamental: "às vezes é preciso perder para ganhar..."
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