Filematologia, é a bola da vez. Nesta onda da nova civilização que presenciamos; quem não pertencer a esta nova era perdeu o bonde da história, ficou para trás, o campeonato da vida. Agora, sobre o jogo, a final da Copa do Mundo de Futebol Feminino, da franquia FIFA, este observador navega no seu tapete voador mais uma vez para chamar a atenção para a filematologia aplicada ao esporte, e por que não a tudo mais?
O Capitão Carlos Alberto Torres concordou comigo, era 2010 na SoccerEx, Rio de Janeiro, muito antes de entrarmos nesta onda do geocentrismo em que não tomamos o eixo da Terra, feito antigos cavernículas, nem o Sol como centro, enquanto gênios pós-modernos, mas um geocentrismo retroativo, em que “idiotizados” giramos nossas vidas em torno da “nova versão de um app qualquer”. Chute a gol: nas areias da Praia de Copacabana, perguntei ao “Capita” (in memoriam) se concordava que o “Mundo dá Bola pra Mulher” seria uma forma de aliviar as tensões nos estádios, suavizar o espetáculo abrindo margens para percepções múltiplas e inusitadas, como é na verdade o mundo mental feminino, graças a Deus. “O Mundo dá Bola pra Mulher” foi uma iniciativa pessoal para destacar, divulgar, a atividade feminina no esporte mais popular do mundo, que ainda não prestigiava a mulher. E o beijo?
Não por acaso foi Carlos Alberto Torres o inventor do beijo na taça ao final de um campeonato, ao beijar a Taça Jules Rimet (1970) quando o Brasil encantou o mundo com a melhor seleção de todos os tempos. Já havia o beijo na bola, na chuteira, na grama, na trave da goleira, no distintivo da camiseta, o beijo existe há cerca de 4500 anos entre nós, animais. E, se olharmos com atenção as plantas também se beijam, até as pedras… Beijar, verbo transmissível.
Mas existem basicamente dois tipos de beijo; o beijo suave ou efusivo oposto ao agressivo, o beijo permeável, muito mais saudável do que o beijo dominante, e assim por diante. Poesia. Daí o título acima, convite. Nos inspirar no mundo feminino, menos acicular, menos pontiagudo…
Aquele “trade show” SoccerEx foi efervescente: na esteira de “O Mundo dá Bola pra Mulher”, lancei a “Tabela Heurística do Treinador de Futebol”, na Universidade do Futebol; colhi depoimentos e ideias para lançar quatro anos à frente, durante a Copa do Mundo no Brasil, o “Futebol 10 x 0 No Estado de Direito”; e, apoiado pelo então treinador da Seleção Brasileira, Mano Menezes, o acadêmico linguista e gramático da Academia Brasileira de Letras, Evanildo Bechara, e outros craques de áreas distintas, iniciei o levantamento vernacular e etimológico para uma enciclopédia da “Língua do Futebol”. Imagine um centro-médio à antiga, correndo o campo todo, a la Cruyff ou Clodoaldo, fiquei de língua de fora, o mundo não deu bola pra mulher.
Não consigo aceitar a hegemonia acicular; não é para qualquer um manter uma bola na barriga durante nove meses de jogo, e depois da decisão final, o parto, continuar outro jogo solitário, com duas bolas nos seios a amamentar, enquanto outras bolas em seu interior continuam a explodir em erupções explosivas mensais, e mais tarde na vida permanece o calor enlouquecedor; está provado, pelas estações da lua e diferentes pressões atmosféricas dado o giro ovalar da Terra em torno do sol, que a mulher suporta mais tensão (às vezes sem reclamar) do que o homem, e até mesmo faz um gracioso rabinho de cavalo no cabelo em plena evolução transbordante das marés. Parabéns Olga Carmona e meninas da Espanha.
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THOMAS TRAUMANN* 28/10/2016
QUAIS SÃO AS NOVAS PROTEÇÕES DA FIFA PARA O FUTEBOL FEMININO? ABRIL 9, 2021 - by Maria Pessoa, advogado Direito Desportivo
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