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Foto do escritorLuís Peazê

Gugre, diz uma amiga com problema cognitivo, Google na guerra da Inteligência Artificial.


Esta primeira semana, de fevereiro de 2023, marca oficialmente uma guerra iniciada nos tech-bastidores há muito tempo. Agora as ofensas começam vir a público para a imprensa ficar toda agitadinha. Ui! E cada vez mais desinforma, ou informa sem contextualizar, sendo esta outra história.


Este observador assistiu o stopim dessa guerra da tecnologia quando vivia em San Francisco e foi lá que tudo começou, na primeira bolha da www.


Um dos atuais inimigos do Google atirou primeiro, uma empresa dita sem fins lucrativos (business?) chamada OpenAI (Inteligência Artificial Aberta). Tire o leitor as suas próprias conclusões: Os fundadores da OpenAI são Sam Altman (investidor fundador da Y Combinator, conhecida acelaradora de startups, criada em 2005), que já lançou mais de 4.000 empresas, incluindo a Airbnb, Coinbase, Cruise, DoorDash, Dropbox, Instacart, Quora, PagerDuty, Reddit, Stripe and Twitch.


Outro sócio daquela “ong sem fins lucrativos” é Reid Hoffman, empreendedor americano, venture capitalista, foi co-fundador do LinkedIn, hoje em dia sócio da Greylock Partners e co-fundador da Inflection AI, empresa bilionária de “machine learning” com a ambição de redefinir a interação entre humanos e computadores. Com os sócios já citados, vem Jessica Livingston, jovem ex-gestora financeira e cofundadora da Y Combinator. A esses juntaram-se Peter Thiel, bilionário alemão-americano, fundador do, entre outras empresas, PayPal, e mais outros jovens ricos e inteligentes, incluindo aquele que comprou o Twitter recentemente de forma conturbada, e já foi à lua no próprio veículo. Cada um tirou do bolso um pouco de dinheiro que somou US$1 bilhão exatos e abriram as portas de um prédio histórico, famoso, em San Francisco, na esquina da Folsom com a 18th Streets, Mission District, para sede da OpenAI.


Aquele prédio, dizem os Corretores de Imóveis da Bay Area, já foi vendido e revendido várias vezes, desde que este rolo Google/OpenAL teve início. Numa das vezes, um negócio que rendeu dois dígitos de milhões de lucro, na mesma mesa de assinatura do contrato de compra e venda, foi arrendado (leasing) por 10 anos para aquele mesmo atual dono do Twitter, que hoje diz não ter mais nada a ver com a OpenAI. E voltemos à guerra do Gugre com a ChatGPT (Generative Pre-Trained Transformer), diga-se de passagem, propriedade da OpenAI, apoiada pelo Microsoft.


Anunciado prematuramente, o Bard (do vocábulo “bardo”, originariamente poeta lírico celta), é um sistema algorítmico do Google, que além de pesquisar dados na grande rede mundial, via Internet, os correlaciona intuitivamente com base em Inteligência Artificial a “sintagmas”, significantes e significados. Embora para o R&D do Bard sociólogos, filólogos e antropólogos (muito menos poetas) não estejam sendo consultados, tampouco treinados e atualizados quanto a este novo mundo hermético.


Esses programas, que na verdade não são nada complexos, apenas tem super poderes de alcance de pesquisa digital e capacidade de processamento em alta velocidade (e latência), são criados por “coders”, jovens profissionais que dominam linguagens cada vez mais “inteligentes” no entanto com um conteúdo cultural de fractalização negativa. Explico: enviei há tempos uma proposta ingênua, sonhadora (vídeo abaixo) ao GoogleGNI, no bojo da qual desenvolvo o conceito de fractalização positiva ou negativa. Trata-se da contextualização de dados e opiniões, história e cenários temporais que, no caso de um indivíduo, somente com uma razoável experiência de vida alargada, poderá ou não alcançar "certa" clarividência acerca de algo. Se tender a alcançar, se aproxima da fractalização positiva, do contrário permanece negativa. E isto equivale a “ter ouvido o galo cantar e não saber onde”. Neste caso, pode até ter dicção boa e pronunciar Google corretamente, mas estará no mesmo nível de conhecimento e saber de minha nobre e modesta amiga que diz Gugre.


O problema está em que, disponíveis na grande rede, armazenados em big datas no fundo do mar, ou em ambientes super protegidos na Ásia, na América ou na África, a montanha crescente de dados não é necessariamente confiável, fundada em estudo dedicado e pertinente, e faltam adjetivos e advérbios para qualificar o potencial necessário de fidelidade para esses dados. Pegue o mais profundo estudo antropológico-social-geopolítico-econômico e some as afirmações inconclusivas, cuidadosamente expressas com ressalvas, por exemplo.


Mas ambiciosamente o Bard será alimentado pelo LaMDA (Language Model for Dialogue Applications) e, segundo as más línguas, busca combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, a inteligência e a criatividade de nossos grandes modelos de linguagem. É baseado em informações da web para fornecer respostas novas e de alta qualidade.


Em resumo, tanto do Bard quanto o ChatGPT e possivelmente outros do mesmo gênero, se baseiam em uma “rede neural” chamada Transformer, projetada especialmente para lidar com textos. O usuário digita palavras, expressões, ou perguntas, e o sistema devolve respostas contextualizadas baseadas em pesquisa na grande rede. O Google diz que vai devolver respostas melhores do que o ChatGPT, este, embora esteja atualmente baseando suas respostas em dados acumulados até 2021, portanto defasados.

Segundo o New York Times, essa pendenga é tão séria que tirou das cadeiras de balanço os dois fundadores aposentados da Google Larry Page e Sergey Brin, para que acompanhem de perto a criação, lançamento e aperfeiçoamento do Bard.

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Filme teaser para o Google, de Luis Peazê, um convite para a campanha de reverberação da importância do Oceano - vide também iniciativa o Dia Mundial da Língua Portuguesa.



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