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Azimute, meu ângulo de visão sobre o Carbono, material de um Iate de Luxo e um horizonte a mais.

Atualizado: 22 de abr.


Gisele H2BLUE - Diretório Náutico
Gisele H2BLUE - Diretório Náutico

 “Alvídia” – quem já viveu uma situação, com 51 nós de vento e ondas acima de 3 metros, em um veleiro de 9,5m construído com as próprias mãos, sem nunca ter construído um veleiro; ou ter “velejado” a 11 nós em árvore seca, isto é, sem velas, da manhã à tarde no Mar da Tasmânia, sem nunca ter velejado antes na vida, a não ser neste mesmo veleiro poucos meses antes e em águas abrigadas, bem…, não recomendo esta experiência. Isto passou a ser o meu azimute referencial para quase todas as minhas inclinações, desde as aventuras de meu primeiro livro. 


O ponto a que espero chegar é o seguinte: o mar está ficando doce, quero dizer, dessalinizando à medida que os rios do mundo e as areias do deserto na África (entre outras áreas) sofrem agressões antrópicas negativas, solidariamente irresponsáveis, criminosas. Enquanto um lixo comportamental se dissolve em descartes degradantes nos corpos líquidos – mar, rios e lagos – as redundantes pluviais somadas à logística que movimenta bens de consumo e alimentos ao redor do mundo, 80% pelo mar, fazem uma transfusão tanto de espécies exóticas (não residentes aqui e que saem de lá pra cá e vice-versa) alterando e empobrecendo a fauna, e a extinguindo, desde o início da cadeia alimentar, além, deteriorando a caixa de ressonância climática da Terra, o oceano.


Um exemplo irracional para uns, sinal de sucesso na vida para outros: se você ganhar honestamente bastante dinheiro e comprar um iate de 60 toneladas, construído com fibra de carbono, esse veículo aquático, que será utilizado apenas esporadicamente, durante a sua construção exigiu energia (possivelmente de origem fóssil) equivalente a um tornado por hora. Se ele foi construído durante um ano, ou vá lá, seis meses, o tornado ficou centrifugando mais de 1,5 trilhão de joules por segundo, como uma série de pequenas bombas nucleares estourando sem parar, dia e noite enquanto todos nós vamos e viemos na nossa vidinha simplória… Na realidade, estes números citados são muito, muito maiores e se igualam a uma tempestade devastadora, como por exemplo os furacões que atingem o Caribe e Sul dos Estados Unidos anualmente. A grande diferença é que se trata de uma tempestade poluidora.


Sim, o carbono é bom porque é mais leve do que o alumínio, a madeira e até o plástico, e tão forte quanto o aço, mas a produção de fibra de carbono tem um impacto ambiental elevado, consome muita energia, utiliza fornos de oxidação que resultam em gases nocivos à saúde humana, gera muitos resíduos tóxicos e poluentes, e a reciclagem da fibra de carbono é complexa (essa fibra não é biodegradável tampouco fotodegradável) ainda é um desafio para a “ciência” e, portanto, cara.


Agora vamos refletir sobre a concorrência, marcas de iates de luxo produzindo e competindo para venderem seus produtos para ávidos compradores inspirados em Cristianos Ronaldos e Giseles, que inclusive também vendem a bela ideia de possuir helicópteros, coberturas triplex, mini resorts particulares com piscinas de ondas artificiais ou a interdição de praias para uso exclusivo. Mais? Os acessórios, objetos, utilitários, equipamentos, outros tipos de veículos, que o estilo de vida de seus usufrutuários demanda, ou até mesmo que eles adquirem sem nunca utilizarem. Imagine à vontade.


Ácido? É assim que o mar está ficando, com menos sal, mas ele não fica doce, fica horrível, além de sujo, contaminado.


Há quem acredite que sejam iniciativas altruistas que o governo federal junto aos estaduais e municipais em parceria com empresas de economia mista e as privadas de sociedade anônima fazem, através de uma Itaipu Parquetec, por exemplo, implementando complexos de formação superior, hubs de fomento tecnológico e até turístico, formando meninos e meninas, senhores e senhoras, com tecnologia chinesa que salvará o planeta, tornará o Brasil exemplo da sustentabilidade e “responsabilidade solidária”, sociocultural e jurídica do termo. Não passa de mais uma fábrica de paõzinho. Quem dirige entre uma cidade e outra, entre estados, por qualquer lado, por aí, sabe a pobreza que somos, enquanto tanto recurso é escoado para fora das veias sociais carentes. Triste.


A construção da Binacional Itaipu, em Guarani “a pedra que canta”, em que apenas menos de 10% da energia produzida é consumida no Brasil, o resto é do Paraguai, já rendeu até história de enforcamento de diplomata no meio do mato. Histórias que o povo conta, que os jornais publicam, que as crônicas não nos deixam esquecer.


Há muito tempo que temos tecnologia suficiente e pequenas quedas d´água abundantes de norte a sul parra a utilização de energia limpa, mini ou micro Itaipus, sem mencionar o escaldante depósito de sol caindo sobre nossas cabeças, que poderíamos aproveitar para acender lâmpadas.


E, nesse ângulo de visão do centro de uma bola ao topo norte, divagando horizontalmente chega-se a um outro ponto (definição matemática de azimute): projetos como o JAQ Apoio Marítimo, do Grupo Náutica, para desenvolver embarcações com hidrogênio verde, dita a energia mais limpa até o momento, em parceria, novamente, com a Itaipu Parquetec de mãos dadas com a empresa chinesa GWM, para tudo acabar na quarta-feira.


Por fim, tomando o cuidado de quem está a sua frente, o maior e o menor, há o H2BLUE que publicará dois livros em um, quer dizer, um livro com dois títulos nele mesmo, o leitor escolherá o melhor título para se referir a ele, recomendá-lo: O Mar – eu usuo, eu manejo, eu usufruo – um conceito de responsabilidade solidária e/ou Oceano, a moeda mais frágil e mais valiosa que existe. Estes livros serão utilizados em seminários, durante a construção, mais uma vez com essas mãos que digitam aqui, de um pequeno catamarã australiano de 8 metros movido à vela, painel solar e um motorzinho de popa para quando a preguiça bater. Pois, no final todos temos a alma fraca e tudo se resume numa questão de azimute pessoal, ou “um horizonte a mais”




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Luís Peazê: Escritor, Jornalista, Tradutor

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