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Foto do escritorLuís Peazê

Alfa Beta Charlie, estamos saindo da tragédia Zellenium para retroagir à futura Beta sem termos aprendido o alfabeto.

Ao chegarmos em Z, que seria o final do alfabeto vigente no mundo ocidental, aceito também nas mesas de negociação do oriente, da Ásia Oriental ao deserto do Saara que grafam e falam bem próximo de hieróglifos, nos preparamos para receber os Betas. Mais esta agora! Antes de mais nada, desculpas pelas escorregadas, estou escrevendo de cabeça, lembra desta expressão?


Mas péra aí, este bilabial mais fechado sacramentado de vez pelo Gregório, que, “by the way”, padronizou-nos de joelhos as calendas (calendário, pessoal!) e o alfabeto em curso, esse B não existia no início de tudo, o alfabeto Fenício. Aliás, esta lacuna alfabética latente, é tão forte que ficou ressonante até no canto Gregoriano que o mesmo padre, digo, papa, criou de modo simplório para que qualquer iletrado pudesse reproduzi-lo, de joelhos, ou com as mãos unidas na altura do coração, olhos fechados, sincronizados por apenas sílabas, sem marcação (batidas, na língua dos sambistas e percussionistas mundo afora, do Ringo Star a Phil Collins); o canto gregoriano é silábico, não tem melodia, uma única voz, com a igreja lotada ou apenas os 12 monges; óh, 12 calendas, as fases da lua nova; esse Gregório… 


Tive o privilégio durante inúmeras vezes em que pernoitei no Mosteiro de São Bento, Brasília (isto, do Monastério ao Bordel), de não apenas ouvir todas as manhãs e tardes, mas tentar com a minha voz de pato rouco cantar o canto, com os monges. Quando isso acontecia à noite, após o “show”, consumia um dedo de prosa (porque um dedo? Ora, uma falange, ou duas ou três horas de papo furado) com o carioquissímo Abade Dom Emanuel Xavier Oliveira de Almeida, papo regado a vinho, claro, e minhas piadas sem graça. - Obrigado Dom Emanuel por rir sem cobrar nada.


Voltando ao passado que tentava organizar o futuro com um alfabeto novo, o primeiro dos fenícios não tinha o B, como já lembrei, vieram outros, com esta maldita mordida sem dentes nos lábios, não fricativa, bem fechada como em: Bunda, Bota, Beirada, Belzonte, Berlândia…


Precisávamos também contar, já contávamos nos dedos, nas falanges exceto do polegar, de onde surgiram as dúzias, as meias dúzias, um quarto de dúzia, porque se pulássemos direto para o sistema decimal, não poderíamos vender um quarto de dúzia de ovos (teríamos que quebrar um dos ovos ao meio, mas como separar a gema da clara?), e outras vissicitudes, como as garrafas de vinho de 750ml e não um litro, outra história. História é tudo.

Peazê, Bhagavan Das e Milton (Mill Valley, CA 1986). Bhagavan Das foi o Guru do WoodsStock, Peazê morou na mesma casa em que ele e Milton (Uruguaio Esotérico) viviam... "Alvídia - Um Horizonte a Mais" https://www.luispeaze.com/post/2016/05/09/this-is-your-third-post

É isto, estamos testemunhando a história, privilégio que, depois do entorno de Woodstock, nada muito substancialmente sociorevolucionário aconteceu. Mais ou menos por ali explodiram os binários, a linguagem binária e eu pude tocá-la com as mãos, a língua, e era tão embrionária ainda que táctil que para lê-la eu precisava pedir ao computador que a traduzisse em alfanumérico (os algarismos hindus seculares de 0 a nove mais as letras do alfabeto gregoriano, tinha também umas tarefas que me permitiam utilizar um alfabeto hexadecimal, com 10 números mais seis letrinhas). Esquece, coisa de quem programou Assembler, Cobol, Fortran, Basic, RPG II. Ah, ah, ah, acabei de deduzir que fui precursor dos “Dez pras Duas”, meninos e meninas Z de hoje que andam com os pés marcando com os ponteiros do relógio analógico dez minutos para as duas, ouvem o galo cantar e nem sabem que é um galo e onde ele está, aceitam inclusive que seja um holográfico.


Como não consigo escrever mais do que 1000 linhas, Crônica para mim não pode passar disso, preciso comprimir tudo em células químico-elétricas (SSD) vou direto ao ponto agora: o alfabeto grego, que começa com Alfa, Beta, Chjarlie e assim por diante até o Zulu, incluiu no alfabeto original, dos fenícios, justamente o B que faltava, por onde todos nós vamos acabar com os burros n´água. Depois não vai dizer que eu não avisei. Eu e o Aristófanes.


Zona total. Os gregos bem pertinho da Grande Bota, disputaram com os Italianos do Norte, a modificação definitiva tanto do calendário quanto da língua mátria (não pela visão de Allende, mas de Plutarco), assim o calendário Juliano, digo, Romano, virou gregoriano, e nunca mais iríamos homenagear Donos do Pedaço para os nomes dos meses (Januarius, Martius, Julianus…). E os Romanos, tiraram dos Gregos o que estes haviam tirado dos fenícios, o alfabeto. Assim, ali da região do Lácio, as ondas do Mediterrâneo ajudadas pelo forceps do Hércules, abriram as pernas de Gibraltar e engravidaram o oceano Atlântico, deixado sem pai e sem mãe à deriva na costa da África, incerto com as Correntes de Santa Helena (por isso a expressão “para cada grande Mulher existe sempre um bando de homens correndo atrás”) indo até o Cabo Verde, contornando e descobrindo a Terra Brasilis, onde nasceu assim a Última Flor do Lácio. Por isso é aqui que onde tudo se planta tudo dá. E a gente dá, hein! A gente dá para os Americanos, dá para os Chineses, dá para o Russos, dá para o Nordestinos, dá para o Gaúchos, Mineiros, Paulistas, a gente tá dando até para os Goianos. Nunca, assim como sempre, neste país se deu tanto; lembra daquele B descrito acima?


Bottom line, a Geração B vai dar, já nasce dando, e isto não é uma visão cética tampouco pessimista, é caricata. Como não sei com traço desenhar (uma imagem valeria mais do que mil palavras) vai em letras garrafais. Com o meu Feliz 2025 para todos nós! Porque os nós estão por toda parte. Nós que ninguém quer, do nó da madeira aos nós nas pernas do equilibrista. Nós que a gente não consegue evitar, o caso do nó na garganta, do arrependimento (…), da saudade. Por fim, o nó do amor. Intangível, posto que se dá por si só, quanto maior a frouxidão, maior o aperto, no coração. Geralmente cerrado com fios invisíveis de seda, tão frágeis quanto sublimes e poderosos.


NOTA: ESTA CRÔNICA FOI PRODUZIDA EM EXATAS 1000 PALAVRAS.

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