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Foto do escritorLuís Peazê

A Ostra e o Vento do Ceará para o Mundo - FIEC SUMMIT

Atualizado: 5 de ago. de 2022


António Costa Silva Ministro da Economia e do Mar de Portugal recebe Ricardo Cavalcante Presidente da FIEC - Federação das Indústrias do Estado do Ceará



Segundo dia: A Ostra e o Vento do Ceará para o Mundo - FIEC SUMMIT


Encerrou hoje o FIEC SUMMIT, encontro de dois dias organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará - FIEC sob a bandeira “Hidrogênio Verde”. Sendo esta uma solução sem retorno para a descarbonização, faço uma analogia imperdível com o romance épico do meu amigo Moacir C. Lopes (in memoriam) “A Ostra e o Vento”, cearense conhecido no meio literário como o “escritor do mar”.


Marcela (Mar + Cela) vive com o pai que é faroleiro na Ilha dos Afogados (imaginária por Moacir C. Lopes, mas talvez ele tenha tido inspiração, como sargento da Marinha Brasileira, na Lagoa dos Patos no sul do Brasil onde há uma ilha com aquele nome). A menina está na menarca, o pai é possessivo e ela não tem contato com o continente, mundo algum, além de um ajudante de faroleiro e quatro marinheiros que surgem ocasionalmente na ilha para serviços. Marcela deseja liberdade e inventa um personagem que chama de Saulo (aliás um dos filhos de Moacir, na vida real, era Saulo), mas este personagem é o vento, ela conversa com o vento, ela deseja o vento, ela imagina fazer amor com o vento; o próprio vento, na narrativa de Moacir, entra no quarto de Marcela e sente o seu cheiro, cheiro de manjericão; Marcela não conhecia perfume, vive afogada na angústia de sair para o mundo, sua energia vulcânica vive no romance na iminente erupção. Uma história do realismo-fantástico.


- Mas nem tanto, dada a coincidência do nome da Governadora do Ceará, Izolda Cela, incentivadora da implantação de Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), que na abertura do evento anunciou terjá assinado 19 MoU (memorando de entendimento) com empresários e há vários na fila para o futuro imediato.

Abertura do FIEC SUMMIT com a presença da Governadora Izolda Cela e responsável pela organização do evento, Ricardo Cavalcante, Presidente da FIEC


A utilização do Hidrogênio, como alternativa energética, parece romper a barreira do fantástico inalcançável e tonar-se realidade. O Ceará como incomparável “player” posicionado e estruturado sem paralelo no Brasil para o mundo; leia-se o Porto de Pecem pela proximidade da Europa, África e os caminhos para o velho mundo, e também para a América do Norte. Mas o FIEC SUMMIT contou também com apresentações de representantes do Porto de Açu e Porto Central, no estado do Espírito Santo (pode-se dizer porta para o nordeste brasileiro), próximos do eixo sudoeste e do sul do continental Brasil. A partir desse três hubs foram exibidos os avanços significativos de desenvolvimento; áreas portuárias desenhadas e sendo edificadas com estrutura end-to-end, que hospedam indústrias, que por sua vez fabricam produtos para serem despachados dali mesmo para os centros de distribuição no mundo e até a última-milha da logística, com o valor “hidrogênio” inserido como componente predominante na cadeia.


Qual é a tecnologia vencedora e os pobres como ficam?


Ficou evidente no FIEC SUMMIT que o cenário atual é ebuliente entre os desenvolvedores e indústrias, fornecedores e investidores, quanto a produção de energia a partir do Hidrogênio Verde, que oscila e continuará a oscilar como em qualquer equação de custo-benefício e sustentabilidade ambiental, em relação às tecnologias de produção; basicamente três – eólica, água e solar, com destaque para a aparentemente melhor forma de “transportar” ou “portar” a energia à base de hidrogênio, estando a "célula combustível" em oposição aos tanques e gasodutos.


Da mesma forma, o FIEC SUMMIT exibiu as aplicações em toda a cadeia produtiva, incluindo a indústria de fertilizantes, a agroindústria e produção de bens de consumo e mobilidade. Ou seja, a transição energética integral dos combustíveis fósseis para os combustíveis e fontes de energia amigos do ambiente total.


Com relação a esta expressão “ambiente total”, que este autor prefere à “ambiente” ou “meio ambiente”, inclui a biodiversidade e o vetor social em toda a sua pirâmide de estratificação, houve no FIEC SUMMIT uma intervenção da audiência com relação às comunidades locais menos privilegiadas economicamente.


Na oportunidade, a moderadora do painel Tecnologias na produção do Hidrogênio Verde, Monica Saraiva Panik – Consultora Internacional da Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC, ouviu com atenção a interferência e comentou e chamou a atenção do Estado do Ceará e possivelmente de todos os desenvolvedores de outras praças para que promovam em seus projetos estruturais a inserção das comunidades locais, seja como fornecedores de fontes de energia biológicas, coleta de descartes de todos os gêneros e outras formas de interação social.


E novamente, à frente no programa do evento os pariticipantes convidados fizeram interferências sublinhando a importância da transição. Necessariamente incluindo na equação os quatro vetores: indústria, governo, academia e consumidor final, ou indivíduos.


E a notícia boa para o mundo, revelada com clareza no FIEC SUMMIT, é que, em primeiro lugar o Brasil país continental com população das maiores do planeta, e de faixa etária relativamente baixa-média, portanto produtiva, em franco desenvolvimento, poderia ser um dos países que mais liberam CO2 na atmosfera, contribuindo para a catastrófica situação climática global, mas apesar disso tudo o Brasil é um dos países que menos contibuem para esse drama que o Secretário das Nações Unidas, seguido pelos seus 193 Estados Membros alardeia já há quase uma década: "temos que reduzir o carbono até 2050, não, 2030, ou já agora". Veja o gráfico de emissões por setor e país, comparando a China, USA, Europa e Brasil, abaixo, apresentado por : João Irineu – Diretor da Stellantis (leia-se Fiat Chrysler Automobiles)


Enquanto isso longe do Ceará, no mundo


Enquanto esta reportagem é produzida, chegam os press releases da Euronews e da Reuters com as seguintes manchetes muito sintomáticas com o tema do FIEC SUMMIT:


Central nuclear de Zaporíjia "fora de controlo", alerta AIEA: Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica diz haver perigo de acidente nuclear e pede acesso urgente de peritos ao complexo ucraniano...


Guterres pede taxa para lucros "extraordinários" das energéticas: Secretário-geral da ONU critica "lucros imorais" das energéticas...


O barril do petróleo oscila abaixo de 100 dólares e pode chegar a 50 dólares, se persistir o risco de inflação em países como USA e na Europa ou, pior, estagflação como correm o risco países como Portugal.


Apesar das manchetes da realidade, esta reportagem colheu no Diário do Nordeste, jornal do Ceará, uma declaração de personagem homenageado informalmente durante várias palestras do FIEC SUMMIT: "A idade da pedra não acabou porque a pedra acabou, e nem a era do petróleo vai acabar em decorrência do fim do petróleo", reflete o consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará, Jurandir Picanço.





Auditório Waldyr Diogo

09:00 - 10:00

Painel: Certificação e rastreamento do Hidrogênio Verde


Palestra: Green Hydrogen Global Certification

Palestrante: Ranya Oualid – Associate Programme Officer at International Renewable Energy Agency – IRENA


Palestra: Certificação do Hidrogênio Verde produzido no Brasil

Palestrante: Ricardo Gedra – Gerente de Análise e Informações ao Mercado da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE


Palestra: Certificação do Hidrogênio Verde no Ceará

Palestrante: Francisco Martins de Almeida Rollo – Consultor Comercial Sênior do Bureau Veritas


Moderador: Luiz Eduardo Moraes – Diretor Setorial Geração Centralizada do Sindienergia


10:00 - 11:10

Painel: Tecnologias na produção do Hidrogênio Verde


Palestra: Potencial do H2 verde no Brasil

Palestrante: Luiz Mello – Gerente de desenvolvimento de negócios da Thyssenkrupp

Palestra: Impulsionando a revolução do hidrogênio verde: da esperança à realidade

Palestrante: Marina Piva - Engenheira de Aplicação da unidade de soluções de hidrogênio verde (New Energy Business) da Siemens Energy

Palestra: Hidrogênio verde, projetos em implementação no Brasil

Palestra: Daniel Lopes – Diretor Hytron Energia e Gases Especiais

Palestra: Clean Power Hydrogen Group Limited (CPH2)

Palestrante: Qamar Khan

Business Development Manager of Clean Power Hydrogen Group Limited (CPH2)


Moderadora: Monica Saraiva Panik – Consultora Internacional da Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC


11:10 - 12:30

Painel: Transição energética na indústria


Palestra: Transição Energética na Indústria brasileira

Palestrante: Davi Bomtempo – Gerente Executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria - CNI


Palestra: Hidrogênio Verde na descarbonização da Indústria

Palestrante: Gerhard Ett - Pesquisador e professor em Hidrogênio e Engenharia Eletroquímica do Centro Universitário FEI


Palestra: Hidrogênio Verde na Descarbonização dos Fertilizantes

Palestrante: Renata Ferrari – Gerente de Descarbonização da Yara Brasil


Palestra: Papel do Hidrogênio Verde na Descarbonização do Setor de Cimento

Palestrante: Fábio Cirilo - Gerente de Sustentabilidade e Energia da Votorantim Cimentos


Moderador: Fernando Cirino - Presidente da FCG Participações


14:30 - 16:00

Painel: O Hidrogênio Verde na descarbonização da mobilidade


Palestra: Mitsui/Caetano Bus

Palestrante: Francisco Magalhães – Mitsui/Caetano Bus


Palestra: PEM Fuel Cells and Fuel Cell Modules for commercial application - 2022 State of the Art


Palestrante: Silvano Pozzi – Diretor de Gerenciamento de Linha e Estratégia de Produto da Ballard Power Systems


Palestra: Mobilidade a hidrogênio na California

Palestrante: Bill Elrick – Diretor Executivo da California Fuel Cell Partnership - CaFCP


Palestra: Stellantis

Palestrante: João Irineu – Diretor da Stellantis


Moderador: Joaquim Rolim – Coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará - FIEC e Presidente da Câmara Setorial de Energias do Ceará – CSEnergias


16:30 - 18:45

Painel: Temas prioritários para o Hidrogênio Verde


Palestra: O KfW no financiamento de projetos de Hidrogênio Verde

Palestrante: Luciano Schweizer, D.Sc. - Coordenador Senior de Projetos da Agência KfW Brasil


Palestra: Fontes de Financiamento do BNDES para o Hidrogênio Verde

Palestrante: Alexandre Siciliano Esposito – Chefe do DEENE1 - Departamento de Energia Elétrica 1 do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Palestra: Oportunidades e Desafios para as Energias Renováveis no Nordeste

Palestrante: Joaquim Rolim - Coordenador do Núcleo de Energia da FIEC e Presidente da CSEnergias do Ceará e Presidente da Câmara Setorial de Energias do Ceará – CSEnergias

Palestra: Água de reuso ou dessalinizada para o Hidrogênio Verde

Palestrante: Francisco Teixeira – Secretário de Recursos Hídricos do Estado do Ceará – SRH/CE

Palestra: Desafios da Eólica Offshore no Brasil

Palestrante: Lauro Fiuza Junior – Presidente do Conselho da Servtec

Palestra: A Expansão do Sistema de Transmissão para o Hidrogênio Verde

Palestrante: Adão Linhares – Secretário Executivo de Energia e Telecomunicações da SEINFRA

Palestra: Licenciamento ambiental na cadeia do Hidrogênio Verde

Palestrante: Emanuelle Vasconcelos – Diretora de Licenciamento Ambiental da SEMACE

Moderador: Luíz Carlos Queiroz – Presidente do SINDIENERGIA Ceará

8:45 às 19:00

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